Estou tentando me convencer
De que eu posso ser quem eu quiser
Mas não é tão simples
Em um minuto eu sou ovelha desgarrada
No outro eu sou a doce e recatada moça
Sufoca-me todo esse pudor que nos é passado
Amarra-me no mesmo lugar
Quando tudo que eu quero é sair
E experienciar a vida
Existe uma falsa liberdade de nossos corpos
No fundo, estamos presos aos velhos conceitos
Ainda temos tribunais da aquisição
E as bruxas ainda são queimadas nas fogueiras
Nossos desejos são filtrados
E nós nos sentimos incapazes
Sem saber o por quê
Eu sei que estou amarrada
Mas não consigo me soltar totalmente
No máximo, uma mão na fechadura
Da cela da prisão.
Ísis Caldeira Prates
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