Água pouca ou quase nada
Comida rala e enlameada
Seios secos, leite roubado
Crianças que choram
Na esperança de um afago
O Senhor do mundo rouba-os
O Senhor desalmado acusa-os
Esquecidos no tempo
Histórias tristes e solitárias
Eles já não pedem mais
Suas palavras perdem-se
Perante o Senhor
O Senhor dos abastados
Continua à comandá-los
E os miúdos pequeninos
São esmagados
Apesar de tudo
Vejo olhos esperançosos
Eles esperam sofridos
Pelo Senhor do céu
Se houver paraíso
Eles pedirão um abrigo
Mas cansaram-se tanto de pedir
Que apenas esperam piedade de outrem.
Ísis Caldeira Prates
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