Já não sou como as flores que desabrocham na primavera
Eu sou as pétalas que caem das flores
Que se libertam das flores
Que sentem a brisa e se aventuram nas correntes do vento
Eu sou a pétala que se desprendeu da beleza unânime das rosas
Que deixou de fazer parte de um coletivo fixo e estagnado
Para ser única, desbravadora das intensidades subjetivas
Conhecedora das danças rítmicas do tempo
E da selvageria dos espaços amostrais
Pétala desgarrada e ciente das perdas causadas pelos anos
Eu escolhi a emancipação e o mergulho solitário nas profundezas de minha própria cor
Os anos me farão entrar lentamente em decomposição
Mas vale toda a pena por essa viagem, até morrer tocando o chão.
Ísis Caldeira Prates
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