Escrevo um fabulário pessoal
Envio cartas aos desconhecidos
Minhas membranas celulares dramáticas
Deixam passar substâncias afetuosas
Crônicas de um amor louco
Desafio a gravidade
Flutuo exuberante por alamedas "in memoriam"
Cavo e cavo sem parar
Preciso chegar ao outro lado de mim
Preciso conhecer minhas faces
Vago pela minha mente
Prefiro tomar as lembranças com cafés quentes
De frio já basta o inverno da alma
Minhas bocas se calam por medo de perecer
Eu tenho a pele delicada, ingênua e nua
Sou nua toda hora
Até na casa sua
Prendo meu cabelo
Minhas costas ficam expostas
Beije minhas marcas de chicote
Pois sou escrava rebelde
Eu sempre vou para o tronco.
Ísis Caldeira Prates
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