sábado, 24 de janeiro de 2015

Sessões de uma psicopata

Uma sala de origamis
Pássaros de papel
Papel de jornal
Cisne de noticiário
Pássaros que não tocam o céu
Senti-me um origami
Feito de imaginação
Mas com o destino
De pura melancolia.
     
             Ísis Caldeira Prates



sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Presença de Ísis

Invoca meus beijos
Amor, amantes
Invoca minha poesia
Loucura, bandida
Invoca minha pele vulcânica
Transviada, faminta
Invoca meu mel
Doida varrida
Invoca minha paixão
Tesão, volúpia
Invoca meus gemidos
Cura, exaustão
Invoca minha dor
Melancolia, dismorfismo
Invoca minhas agonias
Andarilha, errante
Invoca meus pecados
Castigo, mentira
Invoca minha súplica
Submissa, viciante
Invoca meu prazer
Dormência, solidão
Invoca minha tristeza
Vazio, decepção
Invoca minha alma pueril
Ilegal, apavorante
Invoca meus traumas
Invoca tudo que há de perverso em mim
Só assim chegará no meu paraíso
Paraíso infernal
Invoca meu nome
Me tenha na lembrança
Me chama... Ísis.


         Ísis Caldeira Prates


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Confessionário de poeta

Vou chorar minhas dores na rua
Vou chorar minhas dores de agonia
Vou chorar meu coração vazio
Vou chorar minha solidão
Entendedores, onde estão?
Ouvintes, conselheiros, consoladores
Palavras que salvam
Eu vou chorar no colo de um poeta.

Ísis Caldeira Prates  

Interrogação

Saudade dos nossos beijos santos
Da nossa inocência
Das mãos trêmulas
E do coração infantil
Mãozinhas de algodão
Com suas formas divinas
Éramos anjos caídos do céu
Almas que se procuram na eternidade
Mas não será dessa vez?
Foi jogo de azar?
Nossos caminhos continuam se cruzando
Pena que não lutamos
Nos vemos, mas não nos encontramos
Amor de passado que perturba o presente
E deixa o futuro com uma interrogação.

Ísis Caldeira Prates