sexta-feira, 19 de julho de 2013

Minha loucura

Encontrei-me na rua
Nas esquinas
Muito alta, sem censura
Fiz de mim um rio navegável
Peguei carona para tomorrowland
Fui obsessiva e arrebatadora
Fui  um estrago
Fui louca, muito louca
Mais que louca
Fui amante de mim.

             Ísis Caldeira Prates

terça-feira, 16 de julho de 2013

Acorda!

Ele não liga
Você chora
Se descabela
Pensa em pular do oitavo andar
Ouve música de capacho
Não desgruda do celular
Faz do ouvido da amiga um penico

Corta essa, Diva Depressão...
Vai vadiar na noite
Mostra quem manda
Se for pra fazer vandalismo
Que não seja no seu coração.

                   Ísis Caldeira Prates


Princesa irônica

"Encantada, encantada!
Venha logo para seu conto de fadas
Seu príncipe a espera!"

Em contos de fada os seres
Tem poderes.
Ops... Queimei o príncipe.

                              Ísis Caldeira Prates

Psicótica

Rosas no meu portão
Eram belas
Agora murchas
Cartas sem endereço
Dentro das gavetas
Gavetas cheias de nada

Lado a lado
Você me viu morrer hoje
Como um fogo consumindo o papel
Olhos de vidro
Sombrios
A tv chiando
Bateu a porta
Música clássica no fundo
Cisne negro
Vem o despertar
Como a fênix
Renasço das cinzas.

                        Ísis Caldeira Prates

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Aceite-me

Seu olhar vago, distante
Mil pensamentos, sonhos
Sua barba sem fazer, seus óculos
Seu cabelo claro
Nada esconde você
Nada faz com que passe despercebido
Você é todo ego
Você é todo orgulho
Mas eu gosto de pessoas sérias
Tendem a ser atraentes
Você está procurando alguém
Em meio a multidão
Quase em desespero
E eu percebo, eu noto tudo
Mas quem é esse alguém
Que te atormenta tanto?
Que te tira do eixo
E eu vejo, porque seus olhos
Estão perdidos
Está em guerra
Escolherá o orgulho
E conviverá com a saudade
Ou escolherá se entregar
E conhecer a vulnerabilidade de amar?
Onde está esse alguém que não te salva?

E você olhou para mim
Travei
Esse alguém sou eu.

                           Ísis Caldeira Prates

Antes

Preciso falar-te, antes que eu fique sonolenta
Antes que eu caia no ridículo
Antes que minha mente se esqueça
Que ando meio acanhada
Meio séria
Que preciso apertar o play
E fazer essa história desenrolar
Porque está tenso
Difícil de respirar o ar com cheiro de você
Meu coração não aguentará tantas palpitações
Entenda-se, fique aqui...

                  Ísis Caldeira Prates


terça-feira, 2 de julho de 2013

Autópsia de um assassino

Três facas ensanguentadas
Embrulhadas por um plástico
Sobre a mesa

O cadáver sobre a maca
Frio, mas frieza não era incomum a este
Puxou-se o lençol e os olhos estavam abertos
Petrificados e sinistros
Fazendo um grande arrepio por toda a sala

Morreu a míngua, abandonado
E um barulho ocupou os espaços da sala
Mais parecia uma cantiga de ninar
Partiu-se o corpo

Então pode-se entender os crimes
Havia naquele homem
Inúmeros corações.

                                Ísis Caldeira Prates