terça-feira, 29 de julho de 2014

Flores, doces e afins

Eu sou uma mulher tão indomável quanto o caos do universo
Tão florida quanto os campos da Holanda
Tão viva quanto a natureza é
Eu sou uma metamorfose que caminha sobre terrenos distintos
Tão misteriosa quanto a lua
Tão iluminada quanto o sol
E eu te aqueço como nada pode te aquecer
Eu sou lembrança viva na memória de quem toquei
Sou aventureira dos corpos em estado de poesia
Das almas que se expõem no olhar
Das silhuetas com estações paradisíacas 
Sou aventureira daqueles que me fervem a loucura
Eu me jogo das altitudes sem medo porque tenho asas para voar
Só os livres sentem por inteiro, amam por inteiro e vivem por inteiro
Tem gente que gosta de viajar o mundo inteiro
Eu sou perdidamente apaixonada por viajar no universo das almas
Porque nem o planeta é tão imenso e multicultural quanto as pessoas
São mundos dentro de mundos, galáxias, universos!
E eles me levam, me bebem, me alimentam, me inundam, me livram da despoetização
Eu sou marcante como o primeiro amor, aquele que você ainda é bobo
E não sabe o porquê daquela mulher te envolver tanto
No fim eu sou apenas uma menina doce e alegre
Que vai te levar do fogo mais intenso a pureza mais sincera
Eu me vejo infinita e as borboletas nunca me abandonam.


Ísis Caldeira Prates 



domingo, 27 de julho de 2014

Viver o agora

Eu preciso escrever, preciso muito!
Mas a inspiração não vem
É um amontoado de sentimentos e sensações
Que não cabem em mim e meu peito transborda
Preciso viver meus dias, minha vida e minha realidade
Minha cabeça já flutuou demais
É preciso voltar ao caminho
A pausa já se acabou
De volta aos trilhos
Querendo ou não, a vida segue um fluxo
Desviar é opção, mas uma hora você tem que voltar.


           Ísis Caldeira Prates 

domingo, 20 de julho de 2014

Segundos

Segundos, e a vida passa
Como borboletas que batem as asas
E se desdobram no infinito
Segundos de asas que fazem o vento de um furacão
Lembranças de asas falhas, asas revôltas, asas insanas
A mente bate asas em fluxos descontínuos que se ligam
E os segundos absorvem as anomalias e as dependências
Os ciclos se propagam nas distâncias e tudo está ao lado
São dois lados da moeda, asas sem coreografia
Eternizam e roubam os momentos
No fim só existe você e os pássaros no céu
Não importa se são abutres ou pombas brancas
São só você e os pássaros no céu
Os segundos não mentem
O tempo não para.

               Ísis Caldeira Prates

terça-feira, 8 de julho de 2014

Corpórea sinfonia

É um dia nublado de domingo
Acordei inspirado pelas suas imagens
Em minha mente, tão complexas e lúcidas
Então fecho meus olhos inalo todo o teu perfume
Que vive em minha lembrança
Pego meu violoncelo, imagino-o como teu corpo
E eu toco você
Toco suas melodias melancólicas de amor
Toco a música das suas memórias
Toco a sinfonia do teu beijo
E sinto sua boca suave a me beijar
Toco a melodia do calor que sai de sua pele
E sinto o fervor me queimar e me queimo em êxtase
Toco a música do teu riso que ressuscita minha alma
Que rouba minha atenção e eu te amo ainda mais
Toco a sinfonia do teu coração que por vezes eu ouvia
Deitado sobre seus seios nus
Eu te sentia viva e batendo dentro de mim
Tinha medo daquele som se tornar distante
Mas tinha mais medo ainda dele parar de bater
Seu cheiro estava em todos os lugares, estava em mim
E olhando aqueles espaços vazios eu chorei
Abracei  meu violoncelo (teu corpo) e chorei
Lágrimas de um palhaço triste, de um poeta sem amor
De um músico surdo, de um dançarino sem pernas
Eu te amei como os pássaros amam o céu
E as abelhas o néctar
Você era meu instrumento mais lindo
Eu me perdia e me encontrava ao te tocar
Tu eras a mulher mais essencial de minha vida
A rosa mais estonteante a desabrochar
Eras a minha fonte de plenitude
Minha agonia e meu prazer
Por mais que eu sinta falta da tua carne
Sinto mais falta ainda do teu ser
Você foi o ser mais lindo que já me aconteceu.

                 Ísis Caldeira Prates