Verbalizo minha vulgaridade
Confesso essencialmente que sou poeta vulgar
Tenho uma alma explosiva
Um fetiche pelo mundo
Tenho fetiche por mim mesma
Sou errante, profundamente errante
E me vulgarizo para fugir da hipocrisia
Eu estou acordada para a vida
Quebro meus tabus encarnados
Me distinguo na multidão de escravos cegos
Eu não censuro meus desejos
Abstraio-os e me conserto
Meus cacos sempre se renovarão no chão
Eu aprendi a lidar com o efêmero
Então eternizo os instantes
Meus dias de glória não vão voltar mais
Mas minhas incertezas ficarão no caminho
Porque eu sei que vivo
E viver é se despedaçar todos os dias
Em todas as quedas
E mesmo assim saber fazer brotar dos cacos
Rosas perfumadas de loucura, intensidade, verdade e amor.
Ísis Caldeira Prates
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