terça-feira, 1 de outubro de 2013

Ensaios de destruição

Eu sou a mãe árvore
E posso ouvir um novo choro
Um humano que nasce
Por que eles nascem chorando?
Talvez porque desde cedo já sabem que serão maus

As minhas folhas estão secando
A minha floresta está sombria
Nós sentimos frio nos espaços vagos
O vento solta um gemido de tristeza
Nossas crias estão morrendo
Enquanto mais humanos estão nascendo

Eles cobrem-se com nossas peles
Comem o nosso alimento e não dividem
Eles torturam-nos e sentem prazer com isso
E nós não mais sabemos como nos defender

Quando olho para os rios, não mais vejo água
Mas sangue de inocentes
A ganância nos olhos humanos nos assusta
As mães selvagens não tem mais onde esconder seus filhotes

A mãe Natureza já está cansada de adverti-los
Os humanos esqueceram suas origens
Filhos pródigos e inconsequentes
Eles matam-nos, porém esqueceram
Que também estão matando a si mesmos

Ainda assim, oramos ao Pai todas as noites
E pedimos que Deus perdoe-os
Não queremos que eles morram
Não queremos morrer...

                               Ísis Caldeira Prates



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