Descalça, um passo após o outro
Escuro, intocável
Ouço o barulho dos grilhões
Procuro a chave entre os vultos
Tem algo que me perturba
Ando como um sonar
As imagens não me são estranhas
Estou no passado, presente e futuro
Em todos os lugares, ecoando pela eternidade
Repito falas e ações, acordo em uma ilha deserta
Sem memória
Recomeço, mas ainda perturbada
Meus olhos vermelhos, insônia
Não há medo, mas ausência
Espaços vagos que não se ligam
Os segredos não me revelam
Há um peso em minha mente
Um martelo que bate no mesmo prego
Vejo os que não estão, sinto os que vão
Estou na linha entre os dois mundos
Eu não sou como eles
E não me conhecerão, eles não me conhecerão.
Ísis Caldeira Prates
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