O menino sujo ali na calçada
Ninguém o vê
Pessoas indiferentes passando de lá pra cá
De cá pra lá
Não sabem elas que dentro dele há um mundo
Um mundo de sonhos
Que só uma criança pode ter
Nem que seja sonho de ter um carrinho de controle remoto
É uma imaginação fluida e dançante
Um pequeno utopista
Que mesmo sem entender, tem uma chama de vida
Fome na barriga, mas também fome de viver
E nas andanças dele pelo bairro que se transformou mundo
Ele cultivava um sonho
Um sonho de ir à lua, talvez lá o ser valesse mais que o ter
E os seres fossem menos hipócritas
Por isso, o abandono se mantinha calado dentro dele
Pois ora ele estava na rua, ora ele estava na lua.
Ísis Caldeira Prates
Ísis Caldeira Prates
Nenhum comentário:
Postar um comentário