sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Monólogos

Tiro minhas roupas
Abro o box
Giro o registro lentamente
E a água cai sobre mim
Minha alma pede
Que essa água lave
Todos os meus problemas
Mas sei que não
Então eu choro
Como uma criança em desespero
Como uma criança que se perdeu da mãe
Eu choro alto por dentro
Mas baixo por fora
Ninguém escuta meu choro
Só eu e Deus
Nós dois a sós
Penso em minha vida
Um instante realista
Mato-me aos poucos
A dor me consola
Até esta se comoveu
Minhas lágrimas misturam-se
Com a água que cai do chuveiro
Já não sei se é meu choro
Ou se é a água que cai por inteiro.

                     Ísis Caldeira Prates

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