terça-feira, 20 de agosto de 2013

Eu sou a minha poesia

Poesia densa
Poesia leve
Estou tão profunda que perco-me
Clareia-me a mente inquieta
Minha dança com véus 
Bailarina imaginária
Canção de abril
Meu relicário de passos longos
Desprendem-me do vil
Eu sou poeira de marte
Amante do frio
Entrelaço-me aos meus desejos
No calor das ideias
Ideias loucas e desatentas
Acalento meu pranto 
Como quem quer amor
Pestanejo palavras minhas
Estou entregue ao céu
Levo-me afunilada por carências 
Mas temo as consequências 
De minhas ações
Continuo no caminho
Minha estrada lúdica
Gosto de fechar meus olhos 
E sentir a brisa com cheiro de mim
Quero desmembrar-me de doçura
E na minha loucura encontrar paz
Tão fluida e contente
Descontento-me
Sou um leva e traz 
Leva amor, traz vida
Eu sou assim, retalhos de mim
Alma boa, alma bonita.

                          Ísis Caldeira Prates

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