domingo, 17 de maio de 2015

O vazio dos doloridos

Somos carne, carne e carne
Achei que seríamos intensos
Mas não fomos, não somos
Aliás, o que somos?
Vazios?
Doloridos?
Sozinhos?
Dois solitários juntos
Alimentando seus vícios
Eu tenho errado com você
Deixei que nos tornássemos apenas matéria 
Ficamos animalescos
Ocos
Insensíveis
Tocar por tocar
E agora nada temos a dar um pro outro
Não somos nada além
Do que poderíamos ser
Você é só um menino que não conheceu o amor
Eu sou só uma filha rebelde
Não quero ser só
Não quero que você seja só também
Ou mudamos e nos sentimos
Ou nos deixamos seguir nossos caminhos tortuosos
Eu cansei de ser apenas vista, eu quero que me enxerguem
Eu sou mais do que carne, e você também é
Talvez você nunca entenda minhas palavras e minha poesia
Mas eu entendo a sua
Tem uma imensidão de amor por trás do seu vazio
Só que eu não posso querer descobrir por você.

Ísis Caldeira Prates

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