Quanto você conhece da sua própria vida? Quando você sentiu que era a hora certa de pular? Era a sua virada na vida? Estamos percorrendo estradas de acesso difícil e acostamentos sujos. Eles nos cobram pelos desvios, mas estes são os momentos em que podemos olhar um outro horizonte. Esses são os momentos em que de algum conto pueril, podemos nos deparar com um espaço à sós. Os desvios que buscamos são como parar de frente para o mar, de frente para o céu e nos perguntar qual o sentido do que estamos vivendo. Um tempo consigo mesmo, sem embates, sem torturas, sem tumultos e sentimentos hostis. Um minuto de silêncio interno, apreciando apenas a essência da natureza que há de particular em nós. Que eu possa viver meus delírios e minhas tristezas, que eu possa viver minhas dúvidas e incertezas, que eu possa viver essa loucura que há em mim. Que eu possa viver minhas intensidades. Diante desse céu imenso, me deixo ser aquilo que sou, sem esse peso de lucidez ou de perfeição, sem essa prisão de censuras e limites diplomáticos. Do meu eu apenas eu sei, apenas eu vivo, apenas eu sigo. E as incapacidades que me colocaram, que eu não me perturbe com elas. Quero apenas esses desvios de suspiro profundo, de olhos fechados e mutilados sem nenhuma timidez. Deixe-me apenas sentir minhas angústias e devorá-las como parte de mim. Das pessoas nesse horizonte, eu nada quero. Quero apenas essa parte inteira de mim, esse pedaço que tiram de nós quando nascemos, e em troca nos dão esses deveres punitivos. Eu sou fruto dos meus desvios e das minhas rebeldias, ainda me vejo na matrix, mas dela eu não sou. Os campos floridos querem nos dizer algo, eles estão escondendo sua melancolia de terem o dever de estar floridos o ano inteiro.
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