segunda-feira, 18 de abril de 2016

A dança dos doloridos

Essa música de fundo
Que toca quando estamos juntos
São as palavras da vida
Nos contando do nosso encontro
A vida é cheia de coisas banais
Mas as coisas raras é que nos fazem querer viver
Nosso encontro foi raro
Nos mudou desde o primeiro toque
Como uma força cósmica transcendental
Explosivos, transgressores da lei, mutantes...
Dois seres feitos de poeira cósmica
Que se atraíram por uma força universal
Chamada amor
Um amor cheio de degraus
Árduo, atemporal, de metamorfoses...
Nascido da selvageria 
Alimentado com paciência e afeto
Esse afeto nos afetou 
Caiu na circulação sistêmica
Atravessou todos os nossos muros e armadilhas
E chegou ao espírito
Eu bati na sua porta e você bateu na minha
Não era engano
Na sala, conversamos 
Mas foi no quarto que nos conhecemos
No lugar das bagunças, dos esconderijos e das solidões
Foi ali que você me tirou para dançar
E nós dançamos nos altos e baixos
Músicas felizes e tristes
Mas nunca soltamos as mãos
Dois viajantes perdidos que encontraram o endereço certo
Eu poeta e você um ávido leitor
Naquele dia você me disse:
"Escreve para nós, eu tenho um título."

         Ísis Caldeira Prates


Nenhum comentário:

Postar um comentário