Eu preciso do meu tempo. Eu preciso das minhas "coisas", dos meus "seres" e dos meus "nadas". Eu não acredito em tempo perdido, até porque tempo é algo natural e na natureza nada se perde, tudo se transforma. Então, sim, eu preciso do meu tempo e das minhas reflexões e das minhas meditações ou mesmo das minhas procrastinações. Eu preciso respirar, sem um ar mecânico, sentir! Eu preciso sentir e passar por todas as fases do sentir, um mergulho profundo no buraco azul, eu preciso ouvir o som que existe em mim, preciso ouvir minha própria vibração. Eu preciso desse tempo para me conhecer, para não surtar, para me amar. Conhecer os meus pecados, as minhas tristezas, os meus medos, minhas alegrias e meus perdões. Eu preciso do meu tempo para aprender o perdão, que é o seu maior ensinamento, acordar e me perdoar antes de levantar da cama e enfrentar o mundo. Porque eu não sou esse ser bonito que aparece nas fotos, se olhar direito vai ver muitas cicatrizes feias. Lembro-me de um espírito amigo quando o conheci, a primeira coisa que me disse foi: "você é muito sofrida..." - aquilo me marcou, porque confirmou em mim todas as dores que eu carrego, foi como se ele tivesse dito: "tudo que você passou foi realmente dolorido, você é muito forte por ter suportado." Então eu me perdoo e perdoo os meus agressores, isso me faz mais tolerante, mais livre. O tempo me ensinou que não sou mulher, nem homem, sou apenas humana, por isso posso me libertar dos meus preconceitos. Me perdoem quando o agressor for eu, é falta de tempo. Por favor, me entendam, e me deem o meu tempo, não me privem dele, não me oprimam quando eu precisar dele. Eu preciso viver a minha existência e o meu existir é baseado no encontro e todo encontro precisa de TEMPO.
Ísis Caldeira Prates
Nenhum comentário:
Postar um comentário