Uma vontade de ser eu mesma
De rir com os palhaços da praça
De usar minhas roupas batidas
De conhecer o mundo onde as pessoas vivem
A beleza é imponente
Chamativa, extravagante
Tem sempre holofotes
Brilhos e capas
Eu quero os brilhos de boas lembranças
De me sentar num bar de esquina
E ver gente real
Gente que muda a gente
Gente sensível e humana
Eu quero essa gente estranha
Essa gente doida
Essa gente "old"
E não "vintage"
Já chega de restaurantes caros
Lojas de marca
E gente vazia, interesseira e egocêntrica
Já chega de gente famosinha
De gente badalada
Eu quero poesia desconhecida
Rock alternativo
Histórias de viagens improvisadas
De vergonhas hilárias
De namorados sem um tostão furado
Mas que são gente como a gente
Gente normal, anormal
Mas gente livre
Eles riem de nós porque não têm coragem
Se assumir é ter muita coragem
Porque até a liberdade é rotulada
E a legalidade material me assusta
Eu não preciso de um armário cheio de roupas
E preciso de um caminho cheio de sonhos
Porque a beleza do corpo acaba, envelhece
Mas a beleza de uma alma livre ecoa pelas
danças da eternidade.
Ísis Caldeira Prates
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