domingo, 21 de setembro de 2014

Corpo

Eu tenho um corpo
Não posso negá-lo
Eu tenho um corpo
Meu corpo não é ilha
É continente
Meu corpo não é falácia
É ação
Meu corpo não é medo
É coragem
Meu corpo não é censura
É inclusão
Meu corpo não é restrito
É comunhão
Meu corpo não é vazio
É imensidão
Meu corpo não é frio
É quente
Meu corpo não é dormente
É desejo
Meu corpo não é de ferro
É de imaginação
Meu corpo não é triste
É constelação
Meu corpo não é pecado
É santo, é divino
Meu corpo não é errado
É prazer pelo conhecimento
Meu corpo não é carne
É sensação
Meu corpo é zona erógena
É zona bandida
Mas também é admiração
Meu corpo é o reservatório do amor que há em mim
É instrumento de distribuição
Distribuo esse amor aos loucos
Como eu, livres
Meu corpo é livre
Meu corpo é celeste
Meu corpo é essência divina
É infinito pulsante
É aventureiro de poesias que transpiram
Que falam e olham profundo
Meu corpo precisa de outro corpo
Isso não é perdição
Meu corpo é meu
E de quem eu quiser
Eu tenho um corpo
Não posso negá-lo
Eu tenho um corpo.

                    Ísis Caldeira Prates

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