quarta-feira, 4 de junho de 2014

Confissões de uma humana que não sabe mais amar

Eu me sinto uma naufraga
Acordando em uma ilha deserta
Na areia, com as ondas batendo em minhas costas
Me sinto cansada e desnorteada
Estou redundante e pleonástica
Meu lápis tem escrito as mesmas palavras vazias
Sinto-me vazia como um jarro esperando pelas flores
Há um vão em meu ser
Um corredor da morte
Flores murchas em meu jardim incendiário
Escrevo cartas sem destinatário
E elas estão se acumulando em mim
Espalhando poesias sem par
Fazem-me cruzar todos o meus mares
E acabar apenas em ilhas desertas
Meu corpo não atende minha alma
Minha alma não atende meu corpo
A solidão já se tornou minha cúmplice
Não sei mais sobre o amor
Logo eu que sou tão intensa
Não sei mais como amar
As partidas esfriaram minha esperança
E do eu preciso agora?
Você diria que é amor
Eu digo que tenho medo
Que loucura essa minha
Eu, sentindo medo...?
É que as partidas me arrancam pedaços
E fico na carne viva
Eu não esqueço e nunca para de sangrar.


        Ísis Caldeira Prates




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