Posso ver minha solidão nos ponteiros do relógio
Hora que passa lenta e incômoda
Tem uma goteira sobre minha cama
Pinga o dia todo no meu rosto
Parece mostrar-me o quão só eu sou
Sinto que meu chão está em processo erosivo
E já faz tempo...
O tempo tem calado-me a boca
E feito queimar meu coração, está em cinzas
Eu às vezes tento buscar em outros olhos abrigo
Mas não há alívio nos lares alheios
As feras rugem e estremecem minha alma
Eu tenho calado-me perante os meus erros
Isso é ruim, é preciso rebobinar
Tenho percebido que o fardo nas minhas costas
Não é o mundo, são os meus equívocos
Essa tendência ao escuro me assusta
O que me falta mesmo é amor.
Ísis Caldeira Prates
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