Eu quero ficar só
O que há de tão errado em estar só?
Eu gosto da minha companhia
Eu gosto de pertencer a mim
Eu gosto dos meus devaneios
E das minhas bobagens
Eu rio sozinha
Solitária e risonha
Olho no espelho e vejo vida
Estou viva e é isso que me importa
Gosto de ser complexa em minha simplicidade
Gosto de cantar errado as minhas músicas
E dançar sozinha pela casa
Não sou de imaginar pessoas
Mas sim lugares
Onde eu possa ir
Eu sou pura utopia
Mas não me engano em noites claras
Porque eu sou escurecida de natureza
Ás vezes tenho medo do meu próprio escuro
Mas eu converso comigo mesma
Acabo por resolver meus problemas
Meus lábios são labirintos
Um caminho para chegar em minha alma
Por isso, não aceito malandragem
Isso eu faço por mim
Me disseram que eu era reservada
Que erro
Eu nunca estive reservada por ninguém
Aliás, eu não sou de ninguém
Eu faço meu próprio caminho
Eu me crio e recrio
Como a dança das borboletas
Eu faço partos todos os dias
E nasço e renasço
Não precisaria nem crer em outras vidas
Pois já vivo inúmeras em uma só
Não quero ser plena
Pois eu já conheço minhas faces
E cada pedaço meu me faz quem eu sou
Eu gosto do meu desarrumado
Das minhas sensações
Eu me gosto
Não quero alguém que me complete, não preciso
Nem sei se quero alguém
Porque é difícil me ter
Aliás, só eu me tenho
Não preciso sair do meu quarto para ver o mundo
Eu tenho oxigênio aqui
É o gás para o meu cérebro
E para a minha imaginação.
Ísis Caldeira Prates
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